29/03/2005

lavar

...Senti-me também muito só e a sesta não foi pacífica; a habitual taquicardia não me deixou descansar; saí do sofá; olhei o tempo; ventava e chovia em força; preciso de lavar a minha alma, pensei!... Vesti umas roupas grandes e umas calças grossas; peguei no pequeno guarda-chuva e enfrentei-a vinda de sul; rumei, em passos fortes e grandes bem como apressados, para norte com a chuva batendo-me nas costas e o vento me empurrando; caminhei assim uns 15 minutos e parei abrigando-me e descansando o peito que arfava; o descanso foi o suficiente para virar rumo ao sul e enfrentar de frente a chuva e o vento forte; o guarda-chuva pouco adiantava; rumei de novo em passo mais lento mas na mesma apressado; a chuva me batendo de frente e o vento me sabendo bem; percorri o mesmo caminho em sentido contrário e penso que 20 minutos chegaram; aqui cheguei; despi-me e senti-me lavado; com uma toalha grossa me limpei e nova roupa vesti; sentei-me agora aqui de alma lavada e sentindo um saboroso calor me percorrer o corpo; há dias cinzentos que sabem bem. É só saber dar-lhes a volta!

6 comentários:

  1. querido quim! saudades de te ler e ouvir :)
    nada como uma passeata para aclarar as ideias e revigorar o pensamento. mesmo com chuva a fustigar-nos.
    beijos grandes.

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  2. É preciso esse refrescar de vez em quando. Esse lavar de corpo, rosto, alma. :)
    Mudaste de casa, Quim. Não sabia.
    Eu já havia mudado no ano passado, mesmo antes de interromper as minhas andanças pela blogosfera, que interrompi por ter falecido o meu pai. Não me lembro se chegaste a conhecer naquele dia de churrasco há uns anos. Partiu em Setembro. Agora, regressei (este mês) e ando em busca dos amigos que ainda se mantêm por cá. :) bjitos

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  3. Hello, again.
    Se tiveres o antigo linkado, é mesmo para desaparecer porque está a ser substituído por um no blogdrive. Estou a canalizar para lá tudo o que tinha no do Sapo, incluindo os comentários. ;) bjitos

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  4. Mais uma vez estou de acordo com a Mitsou - é só encontrar forma de dar a volta aos dias cinzentos:)

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  5. Durante toda a minha vida tenho vindo a cair num poço. De vez em quando lá estou eu lá dentro. Ás vezes levanto-me logo e subo corda acima até á superficie onde o Sol brilha. Outras fico sentado no fundo durante algum tempo dorido da queda. Com o tempo vim a compreender que eu sou o poço, a corda e os braços que, por ela, me puxam para cima. Aos poucos, tenho vindo a transformar esse poço amigo - que tantas vezes me tem acolhido nas quedas da vida, ajudando-me a crescer - em trampolim: salto-lhe para cima, ele afunda um pouco e depois impulsiona-me para cima para um salto magnifico, onde faço mortais e piruetas, parafusos e rodadas até aterrar num patamar mais elevado do que aquele em que estava quando lhe saltei para cima.

    Dualeto

    www.marpuranima.blogspot.com

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