02/09/2012

Tela

“…gosto de desenhar no meu corpo a pura entrega de quem ama… gosto de desenhar na minha alma a luz dessa verdade… escrever com os meus olhos a leitura da saudade… garatujar nos sons as palavras sussurradas… saborear na boca, nos lábios a doçura do mel do teu beijo desenhado desejo de quem procura o abraço esperado… gosto de desenhar nos teus ouvidos as letras que formam os sentidos… desenhar, por fim, já por sobre o esboço da obra final de quem no auge do encontro sente-se sonho sabendo ser real… pairar na tela do teu corpo e desenhar as cores do amor que num todo se move completo no ser que temos por modelo… e sendo-o, tê-lo, possuí-lo e transformar a obra num plano final que dá ao desenho o toque especial como que uma assinatura sobre a obra acabada… depois, ficar a mirar tudo o que havia sido feito para ter ali, na minha frente, a concretização do sonho e saber que todas as palavras ditas ou as desenhadas ou as escritas houveram sido assimiladas, saboreadas e entendidas como brotadas de dentro do meu ser… gosto de desenhar sim, no teu corpo, o meu eu e no fim ao olhar a tela preenchida em ti soubesse ali ter tudo o que havias querido da presença do meu amor…”

4 comentários:

  1. Vi, li e GOSTEI!
    Parabéns, excelentes trabalhos!

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  2. Gosto da ideia do amor como pintura em tela. No final, amar é mesmo isso. Desenhar no outro o que somos...E permitir que ele também desenhe um pouco de si mesmo em nós.
    Gostei muito da sua poesia.

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  3. linda analogia. gostei muito.

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  4. Uma excelente tela.
    Gostei muito.
    Caro amigo, tem um bom fim de semana.
    Abraço.

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